Quando o avô era mais novo, e ainda vivia com os teus bisavós, sonhava ser marinheiro, mas o meu pai não permitiu. Um dia, decidi fugir. Partir à aventura num barco...
Viajei pelo mundo, conheci muitas pessoas, cheiros e sabores. Um cheiro que nunca esqueço é o das especiarias, dos grandes mercados que vi no Médio Oriente, nos países árabes. Também não esqueço o mar... Todas as suas formas, facetas... calmo , sereno, azul, agitado, as suas ondas, ... o seu cheiro, a maresia...
Lembro-me de pescar um grande peixe, um camurupim , no Oceano Atlântico. Não sei porquê, mas não tive coragem de o matar, devolvi-o ao mar. Talvez fossem as saudades do meu pai Soren e da minha mãe Maria... de Vig, a minha linda ilha. Nesse dia, sentia-me muito triste, tinha saudades... gostava de os ver... hoje. Gostava que os conhecesses, irias gostar muito deles.
Joana, quando olhares para o mar não tenhas medo de procurar, de desvendar os seus segredos ... parte à aventura como eu um dia parti. Luta pelos teus sonhos, mesmo que nem sempre consigas..., mas luta!
Eu nunca mais voltei a casa dos meus pais, a Vig ... Tu, minha neta, poderás sempre regressar. Uma enorme família receber-te-á de braços abertos.
O mar é um sonho, um destino uma saga...
Olha o mar, olha bem... sonha... viaja...
Vá, agora é hora de fazeres um desenho...
. Poema da Andreia Gonçalve...