"Sonhava que todos aqueles livros aprisionados queriam falar, que espreitavam o interlocutor certo, e que esse era eu. Sonhava que os livros e falavam na sua linguagem silenciosa, me mostravam cada uma e todas as palavras impressas nas suas páginas e exigiam de mim uma promessa: a de me transformar no fiel depositário, no zelador, no amoroso protector das palavras. E eu prometia fazer com que nunca perdessem o seu valor intrínseco, a sua capacidade de nomear todas as coisas e, com isso, dar-lhe existência . (...) Uma das chaves abriu a fechadura, empurrei a porta e entrei pela primeira vez na que seria e é a minha única pátria: o meu idioma e as suas palavras ..."
Luis Sepúlveda
escritor chileno
. Poema da Andreia Gonçalve...