Expressão do instinto
Um grito!
Uma palavra!
Um sentimento!
Algo puro tumultua a minha alma!
É a inspiração do momento!
É a espontaneidade revoltada!
É a liberdade a chamar-me!
Quero sair deste abismo!
A minha inocência reduz-se...
As palavras soltam-se,
Numa iminência de errar!
Queria ser livre no pensamento...
Queria expressar-me continuamente,
Diariamente,
Sempre!
Estou num mundo calado,
Num silêncio barulhento!
A ignorância sorri...
Em mentes sem sonhos!
Em mentes sem prazer de percorrer novos caminhos...
Em mentes do nada!
Descoberta
Por detrás de um tímido sorriso,
de um simples olhar,
de um nervosismo agudo,
e de um envergonhado cumprimento
Existia algo que nos fazia agir assim!
Éramos apenas inexperientes
E a inexperiência levava-nos
A agir de forma diferente
Tão diferente
Que não era normal!
Esse algo levava-nos
A um momento surpreendente
Que fazia o coração
Bater mais rapidamente!
A sua existência
Não nos incomodava
Apenas intrigava,
Porque mesmo não sabendo
Qual o sentimento
Sentíamos uma estranha felicidade!
Por detrás de um tímido sorriso,
De um simples olhar
De um nervosismo agudo
E de um envergonhado cumprimento
Descobrimos que aquele sentimento
Que se aproximava e
Que nos inundava o coração
Com tanta e tão forte emoção
Era a tão e inesperada chegada do
Amor!
Pura Paixão
Tu és quem eu mais amo!
És a pessoa que me faz feliz,
És a razão de eu existir!
Mas às vezes parece que não sou nada para ti!
Será que o que sentes é verdade?
Não é uma resposta difícil de dar,
Se me amares de verdade
E o facto de estarmos longe um do outro
A distância não nos irá separar.
Nunca te esqueças que a distância que nos separa
Foi a mesma que nos uniu!
O amor é lindo!
Dizem e com razão,
Mas é mais fácil de falar, do que passar à acção.
Amo-te com todas as forças do meu coração,
E tudo aquilo que escrevo,
É nada mais do que Pura Paixão!
Por vezes questiono-me…
Isto é real?
Estou a olhar,
Mas não estou a ver.
Estou a tocar,
Mas não estou a sentir.
Estou a ouvir,
Mas não estou a escutar.
Interrogo-me como surgiu…
Quem fez…
Será uma alucinação?
Como é possível?
Não percebo.
Não sei.
O tempo passa…
Continuo sem perceber,
Sem saber o que é…
Do que se trata.
É triste e
Vai matando aos poucos…
A incerteza,
A desconfiança ou
Apenas a especulação…
Não percebo.
Não sei!
Sentido do meu viver
A vida,
Enquanto amo vivendo
O tempo que vive depois,
Vive para sentir o que não sou.
O amor que adormece os meus sonhos
e acorda as manhas dos meus dias.
Livremente espalho alegrias
Que não me deixam mentir sobre o que sinto.
Um simples gesto de olhares
Deixa ausente a voz da loucura.
Age verdadeiramente
Quando manda no que sente
A mente de quem não dura.
Quando digo o nome do mar,
Só escuto a imagem que tracei,
De alguém, que um dia, ao chegar,
O mar chamará também.
Nele o céu escreve mais perto
O sentido da razão
E a alma pede persistente
A graça urgente de ir também.
Não quero saber o amanhã.
Quero viver cada momento.
Valorizar este amor
Que é o meu contentamento.
Ouve-me atento,
Escuta o meu flagelo.
Ama-me incomparavelmente.
No escuro ilumina o meu caminho,
No silêncio, fala baixinho,
Ao coração dos que choram,
Ao coração do que sente.
Um sentimento de mágoa,
Um toque de dor que nos desgasta
Um ruído próprio.
A timidez das folhas
A mudança de temperatura
O enriquecimento das ruas
O cantar dos pássaros,
A beleza dos canteiros
Os sons das brincadeiras das crianças.
O voar de chapéus mal presos
O sentimento de tristeza…
Os desertos
Sombras e chuvas raras
Extensas securas
Ligam plantas nos saaras
Onde escorrem as águas duras
Longos anos esgotaram as terras
E a história das gerações
Que dela viveram e a fizeram
Terra despida, terra perdida
Espanta os homens que partiram
Ilude os que a procuram
Natureza viva extrema e pura
Desertos nos montes e na planura.
. Poema da Andreia Gonçalve...