Ordenação de ideias: A falta do hábito de escrever, leva a que muitas vezes o texto fique sem encadeamento e pode ficar incompreensível. O que sucede é que o aluno parte de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.
Coerência e coesão: A falta de coerência ocorre com frequência nos textos dos alunos. Apresentam um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O aluno dá voltas ao assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.
A inadequação: É um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em textos correctos na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os alunos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação
Estrutura dos parágrafos: Normalmente os alunos têm dificuldades em organizar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, o texto fica mal estruturada. Um erro muito comum é cortar a ideia num parágrafo para a concluir no seguinte. Muitas vezes deixam o pensamento sem conclusão.
Estrutura das frases: Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separar o sujeito de predicado, utilização incorrecta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nos textos dos alunos. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.
Novela - Relato normalmente de curta dimensão, com um número variável de personagens e uma intriga algo complexa.
Romance - Narrativa de grande complexidade e variedade de técnica narrativa, frequentemente com estudo psicológico das personagens e introdução de episódios autónomos (micronarrativas), reflectindo a atmosfera psicossocial da época em que se insere.
Fábula- Em sentido lato, a história ficcional que se narra ou representa. Em sentido restrito, uma narrativa, em verso ou em prosa, em que as personagens são em geral animais e cuja história encerra, de modo explícito ou implícito, um ensinamento moral.
Conto de autor - Género narrativo em prosa caracterizado por uma extensão reduzida, poucas personagens e concentração espácio-temporal. A acção é linear, circunscrevendo-se a um conflito, a um episódio ou a um acontecimento insólito, por vezes aparentemente insignificante.
CONTO POPULAR - Conto de autor anónimo que faz parte da literatura tradicional de transmissão oral, circulando de geração em geração.
Canção - Provavelmente relacionada com a "cansó" provençal; no século XV passa a designar uma composição de forma fixa, por influência da "canzone" italiana, cultivada por Dante e Petrarca. Praticada também por Luís de Camões, é constituída por uma série de estrofes, de número regular de versos, culminando numa estrofe menor, em que a própria canção é apostrofada.
Argumentar consiste em apresentar razões, argumentos, para se defender um ponto de vista, uma ideia, uma perspectiva. O texto argumentativo organiza-se, de uma maneira geral, nos seguintes momentos: tese, premissas, argumentos e conclusão:
Texto que apresenta a defesa de um raciocínio, de uma opinião. Destina-se a um receptor bem definido e a sua finalidade prática é convencer o destinatário, leitor ou ouvinte.
O texto argumentativo, como qualquer outro texto, pode-se dividir em três partes, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
A introdução inclui a exposição do tema da argumentação e uma breve alusão à tese/opinião que se pretende defender.
No desenvolvimento, o autor apresenta os argumentos contrários e favoráveis à sua tese, refutando os primeiros e confirmando estes últimos com referência a exemplos, isto é, autores, experiências ou estudos que comprovem a sua visão dos factos, e assim ajudem a persuadir o auditório a aderir à tese defendida.
A conclusão irá servir para reforçar as ideias anteriores utilizando frases-súmula do que foi dito, ou seja, repetindo a tese e os argumentos mais importantes de uma forma sintética de modo a permitir a sua fácil memorização. Na conclusão o argumentador reforça igualmente o apelo já feito, mas agora mais enfaticamente.
Tipo de texto no qual o seu autor exprime pontos de vista subjectivos relativamente a assuntos que, por qualquer razão, despertaram o seu interesse. A amplitude dos estilos e temáticas ao fazer opinião varia muito, podendo ir desde o texto leve e bem humorado sobre os costumes, ou a falta deles, até à análise dura e rigorosa de acontecimentos, relacionando factos aparentemente muito afastados e deles retirando deduções e conclusões.
A Saga é um conto, escrito por Sophia de Mello Breyner Andresen. Um texto narrativo que todos leram... Amanhã há teste escrito.
Hans é a personagem principal
" No fundo da quinta, para os lados da barra, Hans mandou construir uma torre. Segundo disse para ver a entrada e a saída dos seus barcos. Daí em diante, de vez em quando, à tarde, em vez de trabalhar no escritório, trabalhava no quarto da torre onde recebia os empregados e as pessoas que o procuravam. Consigo às vezes levava Joana, a neta mais velha, que achava na torre grande aventura e mistério, e a quem ele ensinava o nome e a história dos navios. "
Na sala de aula, os alunos , como se fossem Hans, inventaram uma "história" para contar a Joana, a sua neta mais velha...
Sim... Gosto do mar! Ele é como tu.
Simples, mas tão valioso...
Pequeno, porém tão grande...
Lembro-me do que passei,
das grandes tempestades que atravessei
trabalhando sem parar...
Sim... Gosto do mar!
Tem a cor sensata dos meus olhos,
é terrível como eu...
leva-me ao cume dos sonhos,
à mais alta beleza
que alguma vez encontrei.
Como tu.
Sim... Gosto do mar!
Nunca direi "estou sozinho"
o mar preenche-me
E tu, com o teu sorriso,
mereces tudo o que eu sou...
Os traços sublimes do teu rosto
são a riqueza de viver.
A minha vida, essa
passou... está prestes a acabar.
Só me posso lembrar do bom e do mau
que morou em mim... Lá, no mar.
Mas tu floresceste
e fazes-me crer que não vivi em vão
porque tu completas-me...
A tua presença e do mar
permanecerão eternamente no meu coração.
Sim... Gosto do mar!
Quando o avô era mais novo, e ainda vivia com os teus bisavós, sonhava ser marinheiro, mas o meu pai não permitiu. Um dia, decidi fugir. Partir à aventura num barco...
Viajei pelo mundo, conheci muitas pessoas, cheiros e sabores. Um cheiro que nunca esqueço é o das especiarias, dos grandes mercados que vi no Médio Oriente, nos países árabes. Também não esqueço o mar... Todas as suas formas, facetas... calmo , sereno, azul, agitado, as suas ondas, ... o seu cheiro, a maresia...
Lembro-me de pescar um grande peixe, um camurupim , no Oceano Atlântico. Não sei porquê, mas não tive coragem de o matar, devolvi-o ao mar. Talvez fossem as saudades do meu pai Soren e da minha mãe Maria... de Vig, a minha linda ilha. Nesse dia, sentia-me muito triste, tinha saudades... gostava de os ver... hoje. Gostava que os conhecesses, irias gostar muito deles.
Joana, quando olhares para o mar não tenhas medo de procurar, de desvendar os seus segredos ... parte à aventura como eu um dia parti. Luta pelos teus sonhos, mesmo que nem sempre consigas..., mas luta!
Eu nunca mais voltei a casa dos meus pais, a Vig ... Tu, minha neta, poderás sempre regressar. Uma enorme família receber-te-á de braços abertos.
O mar é um sonho, um destino uma saga...
Olha o mar, olha bem... sonha... viaja...
Vá, agora é hora de fazeres um desenho...
Marinheiro queria ser...
Advogado ou engenheiro
me queriam ver...
O meu sonho
embalado no sono
da esperança
de um dia o mar
visitar
a saga que
eu queria continuar
queriam parar...
Não me queriam no mar
só pela dor
de me perder
quando o barco naufragar
nele eu haveria
de morrer...
Então, fugi e
sem que ninguem soubesse
o meu sonho segui!
Saudades da minha
terra onde um dia quero voltar
a minha casa te irei mostrar
e no mar da minha terra
haverás de nadar!
As lembranças são
tudo o que me resta...
A Vig eu sei
que não tornarei,
mas é lá que está o mar...
Sabiam que em Portugal a escola só era obrigatória até à 4ª classe? Era complicado continuar a estudar depois disso. E sabiam que os professores podiam dar castigos muito severos aos seus alunos?
Sabiam que todos os homens eram obrigados a ir à tropa (na altura estava a acontecer a Guerra Colonial) e que a censura, conhecida como "lápis azul", é que escolhia o que as pessoas liam, viam e ouviam nos jornais, na rádio e na televisão?
Livre Arbítrio
O homem tem liberdade,
Assim Deus lha concedeu,
De cumprir ou não a lei,
De ser crente ou ser ateu;
De ter frieza ou amor,
De se queimar nos sentidos;
De buscar a linha recta
Ou os passos proibidos.
O homem ter liberdade,
De pensar sem restrição;
De largar os seus cavalos
Sem arreio e sem bridão.
O homem tem liberdade,
Todos os rumos abertos,
De seguir a caravana
Ou vaguear nos desertos.
O homem tem liberdade,
De sonhar o que mais quis;
Só não tem a garantia
De ser um homem feliz.
CARNEIRO, Edgar, O Signo e a Sina
Recolha de Flávio Pereira
"Sonhava que todos aqueles livros aprisionados queriam falar, que espreitavam o interlocutor certo, e que esse era eu. Sonhava que os livros e falavam na sua linguagem silenciosa, me mostravam cada uma e todas as palavras impressas nas suas páginas e exigiam de mim uma promessa: a de me transformar no fiel depositário, no zelador, no amoroso protector das palavras. E eu prometia fazer com que nunca perdessem o seu valor intrínseco, a sua capacidade de nomear todas as coisas e, com isso, dar-lhe existência . (...) Uma das chaves abriu a fechadura, empurrei a porta e entrei pela primeira vez na que seria e é a minha única pátria: o meu idioma e as suas palavras ..."
Luis Sepúlveda
escritor chileno
. Poema da Andreia Gonçalve...