A manhã estava linda, o sol brilhava. A Maria e os amigos comentavam umas ideias divertidas sobre piadas que tinham trocado, no dia anterior, no “Messenger”: “LOL!”.
-“Quando ele disse aquilo eu ia rebentando a rir!” – exclamava a Joana.
-“E viste a imagem que ele mandou?”- perguntou o João – “Estava mesmo engraçado!”
Naquela altura ia a passar um grupo de crianças pequenas, em fila indiana, cantarolando uma canção do jardim-escola. Vinham de uma visita de estudo ao Largo do Pelourinho. Todos olharam não querendo demonstrar a saudade e a ternura… Também já tinham feito o mesmo…
Uma garota de totós empinados soltou um grande espirro “Atchim!!!”. “Santinha!”- responderam todos numa risada.
-“De santinha é que ela não deve ter nada com aquele ar travesso!”- opinou o Pedro.
Naquele momento ninguém se apercebeu do que aconteceu, mas a verdade é que uma “guerra” muito terrível estava para começar…
Assim, enquanto isso, “ eles” entravam sorrateiros, mas velozes, percorrendo todos os caminhos possíveis para poderem atingir o seu fim…
(…)
No fim da tarde, a Maria começou a sentir-se estranha…sentia-se deferente, esquisita…sem vontade de fazer nada, o corpo parecia moído e tudo a aborrecia.
-“Caramba! E eu que estava com tanta vontade ir com eles jantar à pizzaria. Agora só de pensar em comer fico com tonturas. Não percebo o que se está a passar comigo!”
(…)
“Eles” continuavam o seu caminho, cada vez mais convencidos que iam atingir facilmente o seu objectivo. Eis se não quando, surgem “outros” na sua frente. Os dois grupos olharam-se frente a frente.
-“ Eh malta! Não há problema, não vêm que eles são dos nossos? “- perguntou o que parecia ser o chefe “deles”.
Mas ele estava enganado. O grupo que estava à sua frente estava com ar de “poucos amigos”. Para espanto dos invasores, o ataque foi implacável. Os anticorpos atacavam, sem piedade. Os vírus da varicela, que os confundiram, não sabiam que as vacinas são constituídas pelos próprios agentes da doença, obrigando o organismo a criar anticorpos da própria doença. Pois é! Por isso é que os vírus pensaram que os anticorpos eram seus amigos, mas enganaram-se!
Nessa noite, a Maria dormiu com alguma agitação, mas de manhã sentia-se óptima. Nem se apercebera bem da luta que tinha havido dentro do seu corpo. A vacina, que tomou contrariada, respondera com rapidez e eficácia suficiente para a proteger da doença que a queria atacar
A vacina acabara de vencer.
A Maria nunca mais protestou sempre que chegava o dia da vacina…
Mª Teresa Oliveira
. Poema da Andreia Gonçalve...